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By Edna Mantoan
I was assigned by my company to work on a survey for a pilot project with one of our clients. I was told that the work would be 100% face-to-face and that I would have a colleague who would work with me on this project.
Initially, we were received in a very formal, distant, but cordial way. We had never worked in anything similar, and, for this reason, we were introduced to very experienced professionals, who would be responsible for passing on knowledge, support, and monitoring for the six weeks we would stay there.
Then a sequence of humiliations, neglect, and lack of empathy began. We worked in a very tense and difficult environment, seeking guidance to be able to do our job, but we learned a lot, and sought information from other people to try to assemble the pieces of our "puzzle".
Three days before we finished our work, something happened that shook us very much.
We had heard for several days that there would be a Fall party in the company, but as always happened we were not included in the preparations.
On the day assigned, the party took place without our participation. At the end of the day, a person asked us if we wanted to eat. There was a lot of leftover food, and they did not want to be thrown away. I confess that at that moment our eyes were teary but we thanked them and said that because we were in the central region they should donate the food to so many people, who lived on the sidewalk outside of the building. We were devastated that day, talked and cried, and wondered how difficult it would be to work in that cold and hostile environment for another 2 long days.
I thought a lot during the night and made a decision. The next day I told my friend that I didn't want to leave without leaving gratitude and a gesture of kindness. I asked her if she would agree because I had already decided and would do it. She was very angry and outraged by my decision. (She is a wonderful person and only had this reaction because of everything we went through together in that place). I insisted on my proposal and she finally agreed, under protest. Lol Lol!
We bought some chocolate bars with the word gratitude engraved on them to give to the people we worked with directly and who were responsible for passing on knowledge and support. We also bought candy for the other teams that were on the floor, as well as for all the other professionals who also provided service there, contributing to cleanliness and safety.
All very simple, but when we started to say goodbye and handed over the chocolate bars with the word gratitude something magical happened. The first person to receive it was the one who despised us the most, she was shocked and said: "Are you sure I deserve this gift?” I replied promptly: "Yes, we are sure, we are grateful because we learned many things here, including from you. I strongly believe that each person gives only what they have, and we are grateful for everything". She started to cry and said she was very sorry and ashamed for the way they treated us in those 6 weeks. With each bar or candy that we were delivering, we saw surprised people and some even seemed moved by this simple gesture.
The outcome of this story was surprising.
After a few days, we were called to a meeting with our boss. He showed us an email in which the Manager of this company was formalizing an apology, saying that he realized that the team was not prepared to receive third-party professionals and that this had generated a very bad experience for us, but that it also generated very positive reactions internally. They decided that they would include the theme of welcome and respect in future training.
Our mission in that place was accomplished.
Português
Fui designada pela minha empresa para fazer um levantamento para um piloto em um dos nossos Clientes. Fui comunicada que o trabalho seria 100% presencial e que eu teria uma colega que trabalharia comigo nesse desafio.
Vou tentar resumir o que vivemos e aprendemos por lá...
Inicialmente fomos recebidas de uma maneira bem formal, distante, porém, cordial. Nunca havíamos atuado em nada semelhante e, por essa razão, fomos apresentadas para profissionais muito experientes, que seriam responsáveis pela passagem de conhecimento, apoio e acompanhamento pelas seis semanas que lá ficaríamos. Aí começou uma sequência de humilhações, descaso e total falta de empatia. Vivemos momentos muito tensos e difíceis, buscando orientação para conseguirmos fazer o nosso trabalho, mas aprendemos muito, buscando informações com outras pessoas para tentarmos montar as peças do nosso “quebra-cabeça”.
Três dias antes de finalizarmos a nosso trabalho, aconteceu algo que realmente nos abalou muitíssimo. Estávamos ouvindo há vários dias que haveria uma festa junina, mas como sempre acontecia não fomos incluídas nos preparativos.
Chegou o dia da festa que aconteceu durante o decorrer do dia, sem nossa participação. No final do dia uma pessoa nos perguntou: “Vocês não querem comer um pouco, tem muito resto de comida e não queremos descartar...” Confesso que nesse momento os nossos olhos ficaram marejados, agradecemos e eu disse que por estarmos na região central deveriam doar os alimentos, para tantas pessoas que necessitavam e que, inclusive ficavam na calçada do prédio. A minha amiga e eu voltamos arrasadas naquele dia, conversamos e choramos, ficamos imaginando o quão difícil seria trabalharmos naquele ambiente gélido e hostil por mais 2 longos dias.
Pensei muito durante a noite e tomei uma decisão. No dia seguinte falei para a minha agora amiga que não queria ir embora sem deixar gratidão e um gesto de gentileza. Perguntei se ela toparia, porque eu já havia decidido e iria fazer. Ela ficou muito brava, e indignada com minha decisão. (Ela é uma pessoa maravilhosa e só teve essa reação por tudo que passamos juntas naquele lugar). Eu insisti no meu propósito e por fim ela concordou sob protestos rsrs.
Compramos algumas barras de chocolate com a palavra gratidão para entregarmos para as pessoas com as quais trabalhamos diretamente e que eram responsáveis pela passagem de conhecimento e apoio, além de bombons para os outros times que trabalhavam no andar, bem como para todos os outros profissionais que também prestavam serviço ali contribuindo com a limpeza e segurança.
Tudo muito simples, mas quando começamos a nos despedir e entregamos as barras de chocolate com a palavra gratidão algo mágico aconteceu. A primeira pessoa a receber foi a que mais nos desprezou, ela levou um choque e disse: “Vocês têm certeza de que eu mereço esse presente? “ Respondi prontamente: Sim temos certeza, somos gratas porque aprendemos muitas coisas aqui, inclusive com você. Acredito muito que cada pessoa dá apenas aquilo que tem e, nós somos gratas por tudo. Ela começou a chorar, disse que estava muito arrependida e envergonhada pela forma que nos trataram naquelas 6 semanas. E a cada barra ou bombom que nós íamos entregando vimos pessoas surpresas e algumas até pareciam emocionadas com esse gesto tão simples.
O desfecho dessa história foi surpreendente.
Passados alguns dias, fomos chamadas para uma reunião com nosso chefe.
Ele nos mostrou um e-mail no qual o Gerente dessa empresa estava formalizando um pedido de desculpas, dizendo que percebeu que o time não estava preparado para receberem profissionais terceirizados e, que isso tinha gerado uma experiência muito ruim para nós, mas que também gerou reações muito positivas internamente. Decidiram incluir, nos futuros treinamentos, esse tema do acolhimento e respeito.
Nossa missão naquele lugar foi cumprida.
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